É no chão da escola que podemos fazer as mais belas descobertas desde o sucesso dos alunos, por assim dizer, excelência acadêmica, como também as dificuldades de aprendizagem de outros, que também não deixam de ser belas descobertas, pois se foram descobertas, já é meio caminho andado, já que com o diagnóstico na mão, podemos planejar a aula de intervenção pedagógica. Aquela aula que vai de encontro as reais necessidades do aluno. Devemos estar atentos não só no diagnóstico, mas também quanto às metodologias que utilizamos. Afinal, todos nós sabemos que cada indivíduo aprende de uma forma. A hora da avaliação, mais atenção ainda, para fazer uma fina análise das inteligências múltiplas de Gardner. Competências e habilidades que passam despercebidas a outros olhares não podem e nem devem passar aos olhares do professor. Outro cuidado, é o que eu chamo de não nivelar por baixo, tampouco querer ensinar o be-a-bá em um dia, ou seja, dosar bem as atividades de acordo com a maturidade escolar dos alunos. Não oferecer atividades muito fáceis e nem muito difíceis.
Fazer da sala de aula um espaço de aprendizagem é, entre outras coisas, não fazer do livro didático o centro da aprendizagem, mas sim apenas mais uma ferramenta de trabalho. Aulas repetitivas, ou seja, ensinar conteúdos sempre com as mesmas estratégias desmotivam os alunos e faz com que criem antipatia pelos estudos.
A minha turma do 4° ano, por exemplo, tem o seguinte perfil. Num total de 21 alunos, cada um aprende diferente. Tenho alunas gêmeas, e, até elas têm formas diferentes de responder as minhas provocações de aprendizagem. No início do ano letivo, tinha um aluno que se recusava a ler, dizia que não sabia, entretanto, no decorrer do 1° bimestre adquiriu segurança e autonomia em uma rapidez tão grande que me impressionou. Está lendo e interpretando textos com bons resultados. O que isso significa? Que ele já sabia ler, apenas não acreditava em si mesmo e achava mais fácil esconder por trás de uma máscara de fraqueza ou “coitadinho”. Tenho ainda, outro aluno que sabe todos os temas que eu propor, contextualiza e faz ligação com outros conteúdos de forma madura e com ótimos argumentos, no entanto, para cumprir as atividades dá um tra-ba-lho...
E aí? Qual a minha avaliação de seu rendimento escolar? Excelente. Claro que precisamos enxergar que não são cadernos cheios que garantirão progresso nos estudos, mas, sim, cabeças bem feitas. Tenho também, a aluna perfeitinha faz tudo bem bonitinho, organizadinho, cumpre as atividades no tempo determinado e com excelentes resultados. Todavia, o professor preciso ficar atento a esses alunos perfeitos, pois muitos deles, só sabem as atividades enquanto estão com o caderno aberto. E nesta turma tenho uma perfeitinha assim.
Enfim, se fosse classificar minha turma por nível de aprendizagem, poderia dizer que tenho quatro níveis de conhecimento em relação às competências básicas do 4° ano.
Nível 1 - Cumpre as atividades somente com ajuda. Olha as explicações, mas se distrai o tempo todo e não acredita que pode aprender.
Nível 2 – Enrola para disfarçar que não sabe as atividades, ou seja, fica esperando a resposta, mas não pede ajuda e é desatento às explicações
Nível 3 – Cumpre 70% das atividades sozinho, pede ajuda e fica atento às explicações.
Nível 4 – Cumpre 90% das atividades sozinho e é atento às explicações.
Profª Coraci Machado
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